Ele com receio de descer do ônibus , não pelo medo da rua noturna , sim pelo medo do que o levou até aquele prédio . O ônibus fazia questão de parar bem em frente logo depois de sinalizar , puxar a corda. Antes de descer percebeu um casal de namorados que se beijavam . Desceu sem raciocinar sobre o seu caminho , institivamente chegou no apartamento que era seu destino. Destino que de várias maneiras tentava se livrar. A porta aberta . Entrou imaginando o pior , o pior já tinha passado , estava naquele silêncio que segue a tragédia. Quando nada seria eficaz para remediar o fato trágico . Encontrou quem procurava , jogada perto do sofá que insistia em existir naquela residência. Levantou e perguntou:
Porque fez isso ?
Perguntou várias vezes e ela insistia em perguntar:
Você veio aqui como ?
Colocou no sofá o que estava no chão , limpou o pé que estava com barro fino .
Levantou o vaso de planta .
Questionou sobre tudo e foi até a porta fechar. ela:
não feche!
